sábado, 16 de janeiro de 2010

Hoje vou falar deles.....

Mas antes de falar deles, eu quero perguntar uma coisa: Vocês ainda ouvem a minha música no blog quando abrem? Porque eu já não estou conseguindo mais... meu lap top esta com defeito no som, mas normalmente com o fone de ouvido eu consigo ouvir e nem com ele eu estou conseguindo.
Outra coisa... queria  colocar aqui algumas fotos das coisinhas de carnaval que comprei pra festa surpresa de aniversário do marido, mas não estou conseguindo fotografar porque senão ele vai querer saber porque daquilo tudo e eu não posso contar... então vou ficar esperando dar uma brecha e fotografar escondido.
Bom, então deixa eu falar deles....meus queridos e inesquecíveis Hannah e Rosalino. Quem são eles? Ela minha avó e ele meu avô, por parte de pai.
Há muitos anos atrás, fugindo da guerra, um médico alemão e sua  familia entraram num navio que a princípio não tinha destino, mas que depois de muitas voltas pelo mar acabou aportando no Brasil, mais especificamente no porto de Santos. Esse médico e sua familia, esposa, dois irmãos, uma irmã e cinco filhos estavam perdidos e sem saber o que fazer num país onde não falavam a  lingua, não conheciam nada e ninguém ainda assim tinham esperança de uma vida tranquila e segura. Naquela época por conta da guerra, o governo tinha um departamento que acolhia os refugiados e os encaminhava a lugares onde poderiam  conseguir empregos e tentar sobreviver.
Meus bisavós foram enviados para São Paulo e lá conseguiram um emprego numa loja onde os donos eram descendentes de alemães e onde eles conseguiam se comunicar. Mas como meu 'bisavô era médico logo teve oportunidade de tentar trabalho em alguns hospitais e embora a  lingua ainda fosse um problema,  a força de vontade dele ajudou bastante e assim eles começaram a ter uma vida melhor. Os filhos na escola, as coisas caminhando muito bem, meu bisavô se tornou um homem bem sucedido e assim foram vivendo.
Minha avó se tornou uma  mulher muito a frente da realidade de época. Ela aprendeu a ler e escrever, aprendeu tocar vários instrumentos musicais , mais especificamente o piano, e foi nesse meio que ela conheceu meu avô. Era um espanhol boêmio, cheio de charme...o homem mais lindo que ela já tinha visto. Realmente ele era lindo demais, um galã...rsrsrsrs e meu pai era a cópia dele... pena que eu não tenha aqui nenhuma foto deles para postar. Mas quando eu for ao Brasil novamente vou pegar algumas que minha mãe tem lá guardada. Enfim, minha avó tinha uma família bem situada e meu avô era um pobretão, mas muito trabalhador. O amor entre os dois foi crescendo a cada dia e contrariando a vontade da familia dela, ela se casou com meu avô. Foram viver uma vida simples, mas o amor que existia entre os dois era tão grande que superou tudo. Meu avô e a familia dele era toda de músicos e como minha avó também gostava então a vida deles sempre foi uma festa...isso explica o porque eu não posso ouvir uma música que já saio dançando...o pé  não consegue ficar parado e dançar é uma das coisas que mais gosto na minha vida. Assim seguiram a vida deles e tiveram os filhos deles, meu avô comprou uma fazenda muito grande e todos foram lá viver...
Eu nasci nessa fazenda e lá vivi até completar 10 anos, quando meu pai resolveu ir pra cidade e trabalhar numa empresa e também estudar, na verdade meu pai queria fazer faculdade, sonho esse que se realizou quando ele completou 40 anos de idade. Minha mãe sempre ali ao lado dele trabalhando e ajudando em tudo o que precisasse. Me lembro que na casa grande da fazenda onde meus avós moravam, tinha uma banheira no banheiro grande da casa. Era o sonho das netas tomar banho nela, mas minha avó não deixava porque eramos muitas e faziamos muita bagunça. Meu avô aproveitava quando ela ia na cidade fazer compra e deixava a gente brincar na banheira...era muito engraçado...tinhamos que limpar tudo muito bem antes dela chegar pra ela não perceber. Ela adorava ler e juntava todos os netos e netas na cama dela e  lia... lia tudo o que pudesse para nós e também contava muitas histórias de fantasmas...era um Deus nos acuda na hora de dormir porque nossas mães tinham que ficar junto depois porque ficávamos com medo de dormir sozinhas...
A fazenda era muito grande e os funcionários tinham as casinhas deles lá mesmo e quando chegava sábado a noite os bailes iam madrugada a fora no grande celeiro que tinha lá. O Baile era regido por meu avô, minha avó, tios e todos, cada um tocando seu instrumento musical e minha avó cantava ...mas cantava muito bem era uma delicia ouvir-la cantando....uma das músicas que mais me recordo é "india"... até hoje quando ouvimos essa música a lembraça da vovó vem na  hora e é difícil segurar a emoção.
Meu avô era um homem muito elegante e quando saia sempre me levava com ele. Minha mãe colocava uns vestidinhos bem bonitos em mim, arrumava meu cabelo e ele nunca esquecia de trazer um lencinho  que ele sempre colocava no cintinho do vestido e lá iamos os dois pra cidade. Chegando lá a primeira coisa que faziamos era ir num bar que tinha lá e comer sanduiche de mortandela com tubaina...rsrsrsrs.. até hoje eu amo essa  dupla...depois iamos fazer o que tinha que fazer...ai que saudades... Meu avô tinha uma preferência por mim por dois motivos...eu fui a única das netas que trouxe comigo os olhos esverdeados dele e  os cabelos loiros da minha avó...minha avó dizia que eu era muito parecida com ela quando ela era pequena. Eu ficava muito brava porque eu não tinha os lindos olhos azuis dela, mas com o tempo eu acabei me conformando os os meus olhos esverdeados, pois, eu tinha algo que lembraria pra sempre aquele homem bondoso, amoroso e que tinha uma alegria que se via em poucos. O tempo foi passando e eles foram envelhecendo...mas a beleza não os deixava....até que minha avó ficou muito doente e foi levada ao hospital já muito mal...eu me lembro que eu fui com ela na ambulância e ela ia segurando minha mão com muita força e me pedindo pra não deixá-la morrer....foi um dos piores episódios de minha vida e eu dizia que ela iria ficar bem, que eu não deixaria, mas a  morte venceu e eu não pude cumprir o que prometi. Meu avô ficou muito abalado com a morte dela e toda aquela alegria se apagou...mas o carinho com a gente permaneceu até o fim... e quando ele se foi nós perdemos o nosso querido...o nosso amor eterno.
Até hoje  nós lembramos deles com muito carinho e o nosso amor por eles como eu disse continua eterno.
Não é aniversário de nenhum deles hoje.... apenas  muita saudades...daquelas que você acorda de manhã e lembra....volta ao passado em pensamento...
Beijos a todos e bom final de semana.  

16 comentários:

"Manjares da Manu" disse...

Obrigado pelas felicitações!!!

Um grande bj!!!!

Geisa Machado disse...

Que raizes fortes vc tem! Pessoas corajosas, batalhadoras e alegres. Parabéns! É mesmo pra se orgulhar de seus familiares, principalmente dos avós. E é lógico que vc também tem estas características, porque são heranças genéticas. Voltar ao passado e se recordar deste momentos deliciosos, é se reabastecer de energia, sabia? Não é só um momento saudosista, é a necessidade de reabastecimento. Vc é uma previlegiada por ter tido esta infãncia super sadia. Aproveite mesmo destas recordações.
O som deve estar com problema, pq aqui no meu computador também não estou ouvindo.
E estou curiosa pra ver o que vc comprou para a festa do seu marido. Se não der pra mostrar antes do niver dele, tudo bem, mas mostra depois, ok?
Outra coisa: quando vier ao Brasil, me avise. Quem sabe dá pra gente se encontrar, pq quero muito te conhecer pessoalmente.
Bjusss

Blog da Fatima disse...

Que linda essa história! A dos bisa, do teus avós, dos teus pais e a tua história. Como é bom poder lembrar do passado com saudade dos momentos bons que vivemos. Eu infelizmente muito pouco me lembro dos meus avós! Os avós paternos, morreram qdo eu tinha uns 4, 5 anos, e o meu avô materno eu devia ter uns 9 anos, a vó materna que convivi mais, morreu qdo eu tinha 25 anos, mas tbem não convivi mto com ela, pois ela morava com meu tio em outra cidade, e qdo ficou mais velha foi para um asilo.A única lembrança boa e maravilhosa que tenho é do meu amado pai, esse sim foi um guerreiro, foi o melhor pai que alguém poderia desejar.Ai amiga nem posso falar mto que me emociono!Meu paizinho já se foi para junto do Papai do Céu!
Só sei que a saudade dói, e dói muito! Mas ao mesmo tempo conforta, por termos tido o privilégio de conviver com pessoas tão maravilhosas.

Bom findi..

Bjos no ♥

Ivana disse...

Amiga, que historia mais linda... De amor, de saudade, de superação.
Tens todos os motivos do mundo para te orgular e de ter saudades...
Beijos!

Kátia Moreira disse...

Oi Márcia,
Agora descobri de onde vem toda essa sua força, vontade e alegria de viver! Está no sangue!
Me orgulho cada vez mais de partilhar minha vida com pessoas como vc.
Obrigada pela mensagem no meu blog!

Maria Bonfá disse...

uma linda historia a sua.vc foi uma pessoa muito amada. com certeza hoje é bem resolvida.. amor é a base que todo ser humano precisa.ah! a Elaine que te indicou para mim.. amei te conhecer..beijão

Maria Bonfá disse...

uma linda historia a sua.vc foi uma pessoa muito amada. com certeza hoje é bem resolvida.. amor é a base que todo ser humano precisa.ah! a Elaine que te indicou para mim.. amei te conhecer..beijão

. disse...

Acho que relembrar nossa historia..a historia dos nossos..é uma coisa que nos leva da saudade ao prazer em instantes..
Belo avós vc teve..parabens pela sorte.
Beijos

Sonia Lopreiato Piros disse...

Oi Márcia, agora sim acredito que começarei a atualizar o blog.
Mudei e fiquei mais de um ano sem internet.
Mas claro não esqueci vc e sempre pensava como vc estaria?
Saudades, acho que agora poderemos finalmente manter contato novamente.
Um grande beijo

Mahria disse...

Márcia querida, passando pra te ler, te conhecer melhor através das histórias que você conta e te avisar que tem seliho pra você no meu blog...

Beijos meus

Mah

Elaine Barnes disse...

Marcia voc~e é de uma amorosidade sem limites e agora entendo o porque,em partes da sua história vi a minha também. Minha bisavó era alegre e cantava, usando castanholas enquanto meu bisavô tocava a viola. A família dançava e se divertia,nossa,me vi em partes do seu relato.Bom relembrar pra recarregar a memória com coisas boas que nos dão forças pra continuar não é?!Obrigada pelo carinho no meu blog e com o Davi tb. Fico toda "cheia" e corujona com vocês me acarinhando assim. Obrigada por tudo. te gosto. bjs

Luma Rosa disse...

Márcia, tem dias que também acordo nostalgica e lembrando do meu tempo de criança. Meus bisavós convivi muito pouco, eram velhinhos quando nasci, mas em compensação curti bastante os meus avós. Naquela época os avós nao demonstravam carinho com presentes e sim com afagos e docinhos! (rs*) Boa semana! Beijus,

Tatiane Garcia disse...

Tem dias que a saudade vem e nem sabemos porque né...relembrar faz bem !!!
Beijo de boa semana !!!

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Li tdoo o texto.. Bacana essas lembranças hein.. Meus bisavós por parte de mãe também fugiram da guerra.. Eles vieram para o interior de SP, inicialmente, e depois foram para o Sul. Origens da família Maksymczuk kkkk.. Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net

Danny disse...

Nossa miga, que post lindo e cheio de emoção, amei.
É bom lembrar sempre dos que amamos e também dos que já se foram e deixaram saudade.
Sua infância deve ter sido muito legal na fazenda.
Bjs!

Miguel...Presente de Deus disse...

Que linda historia, muito lindo esse amor que você demonstra pelos seu familiares. Parabéns.
Ah eu também não consigo mais ouvir sua musica, acho que deve esta com algum probleminha mesmo.
Beijos enorme.